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Arquitetos: EZ Studio
- Área: 160 m²
- Ano: 2020
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Fotografias:Ali Gorjian
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Fabricantes: Alpha Door, Hooron, KELAR, Moosavizadeh Kashi Paz, Pars Glass Company
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este trabalho se configura como um projeto de reforma pois a edificação existente foi preservada e sua estrutura reforçada, apenas foram adicionados volumes para melhorar seu desempenho espacial. A casa foi projetada para um jovem casal que queria um lugar de descanso para os finais de semana. Livres do tumulto da cidade, eles queriam realizar cerimônias privadas e eventos sociais. A casa foi projetada, então, para estar constantemente em contato com a natureza, enquanto mantém um relacionamento harmonioso de entrada e saída com privacidade (apropriado para a cultura da região).
Fortemente influenciado pelas características do local e pela paisagem circundante, que é definida pelo clima da região, o arquiteto optou por incorporar a residência na topografia. A intenção era empregar recursos livres, renováveis e sustentáveis, especialmente ventilação cruzada natural, para garantir que a construção se misturasse ao seu contexto natural. Localizar o espaço do banheiro no lado sul da edificação (dormitórios), não apenas ajudou a isolar as partes privadas da área do jardim, mas também permitiu melhorar o conforto térmico e diminuir a troca térmica entre a parte interna e externa, minimizando também o consumo de energia. Usar paredes duplas foi outra estratégia aplicada para inibir a transferência de calor.
Na área do jardim, ao lado da entrada, está o volume da piscina que atua como um conversor de ar, enquanto utiliza a mesma linguagem arquitetônica. Considerando a escassez de água, o volume da piscina existente (80000 litros) foi reduzido (para 24000 litros). A parte restante foi dividida em departamento de utilidades e diwan-khaneh (quarto de hóspedes), um espaço acolhedor e social para a família e seus convidados escavado no solo a uma altura de menos de 180 centímetros. O arquiteto escolheu um limite de vidro entre a piscina e o espaço diwan, que transfere o calor do sol contido na água durante o dia para o espaço diwan à noite e ajuda a melhorar o equilíbrio térmico.
A fachada frontal possui três grandes sistemas de portas e pode ser aberta e fechada manualmente. O sistema das portas protege o interior da luz solar excessiva e economiza energia quando fechado. A piscina (água), a vegetação, o vento, melhoram o conforto térmico interior e o sistema de portas e a luz ajudam a regular o microclima (ensolarado, ventoso, chuvoso) e, assim, oferece aos usuários uma apreciação personalizada. Limitando as bordas entre o interior e o exterior, as principais áreas de estar são combinadas com terraço, piscina, diwan e jardim e oferecem aos habitantes flexibilidade para combinar espaços de acordo com suas necessidades.
No lado norte da edificação, o volume semi-aberto (átrio) é definido como uma nova tradução do pátio de Narenjestaan na arquitetura persa; no mesmo ponto, elevado acima de Narenjestaan, o desenho representa uma nova morfologia do protótipo de moinho de vento persa com a mesma função pragmática. Portanto, o vento nordeste do verão, encontra o moinho de vento, entra no pátio de Narenjestaan por entre a folhagem das árvores e depois chega até o interior.
Com acabamento em concreto branco (fachada) e tijolos artesanais (paredes internas) com alta massa térmica, a residência utiliza esses detalhes para reduzir sua dependência do ar-condicionado no verão ou do aquecimento no inverno. Métodos simples de construção e uso de materiais reciclados durante todo o projeto permitiram que os construtores locais, sem conhecimento especializado, concluíssem a edificação com o máximo de impacto possível, o que ajudou a reduzir o custo geral, criando posteriormente uma nova referência arquitetônica para a tipologia local.